quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O Dia do Saci

Quando eu passo
No buzu
Na estrada de bambus
Entre a rua e o aeroporto
Eu fico olhando os brotos
Onde nascem os sacis.
Pouca gente sabe disso
Mas eu fico ligado
Esperando um pular
Com uma perna só
Na sua condição
E cantar uma canção
De liberdade.
Os sacis unidos
Vão mudar o Brasil
Sacis unidos
Geram a igualdade
Pula saci
Pula saci
E joga capoeira
Na contramão
Da impunidade
Pula saci
Pula
Vem ensinar a nós
A lutar a liberdade.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Certas almas...

De tão vivas nunca morrem.

Se morre para a terra...

Se vive a eternidade.
Morrer não é triste
Morrer é uma festa
O final de um passo
A estrada a Deus.
Triste são essas viúvas
Que carregam o preto
No coração
E guardam o sorriso
detrás de um véu.

O encanto de alguns velhinhos...

É jamais crescerem.
A gente faz correr o tempo
E o tempo em nós mora.
Somos pedaços do amor
De Deus.
Uma parte do tempo
Mora em nós.
A outra é a que corre.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Uma das belezas do mundo...

É que por mais que os corpos completem-se
Em ciclos de terra e de céu.
E cessem e vida volte ao chão
E os talentos pareçam morrer junto a ele
As almas repetem-se em cantos e encantos
Ao caminho para encontrar Deus.
Poetas são poetas
Músicos são músicos,
Sempre.
E etcétera.
Somos seres caminhantes:
Viver é um passo
Morrer é outro
Nessa estrada batida
E todo rio apruma pro mar.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Hoje eu entendi...

Que a tristeza da morte, a saudade, da qual muitos choram no ocidente é que aquela vida que esteve em pé só existirá em lembranças. A vida não volta.

domingo, 27 de outubro de 2013

Hoje

Quem canta no meu coração é a minha passarinha.
Eu não vou falar pro pensamento não voar.
Eu vou registrar um pedaço do coração
No papel.
Pode ser até que ele voe
Que não tenha cheiro,
Que não tenha cor,
Mas fica escrito na alma do mundo.

sábado, 26 de outubro de 2013

O meu amigo passarinho

Vive dentro do meu coração.
Não sei qual é a raça dele
(Se é pardal ou um canário)
Mas quando canta é tão bonito
Que toda a minha alma vibra
E quer orar essa cancão.
Acho que nasci com algo
Dentro do peito
Que é um pedaço a mais:
Acho que nasci diferente.
Por trás dessa cara de gente
Vive um pequeno menino
E a minha alma carrega asas
De um passarinho cantador.
O meu amigo passarinho
Ele vive nesse poema
Onde o meu coração também mora
Faz do tempo o seu passatempo
E o seu canto é cheio de amor.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Uma filha de 9 anos que vive distante da mãe disse a ela uma vez, quando se reencontraram:

Minha filha me abraçou ontem e falou bem baixinho no meu ouvido, sabia que eu durmo com a tampinha do seu perfume pra sentir o seu cheiro?

Verdade de Passarinho

Em homenagem a todos os passarinhos e passarinhas que semeiam amor na minha vida:
Lua, Nana, Juliana, Marcos, Igor, Camilla, Carina e outros tantos. 

Você quer ser
Um João-de-Barro
Pra ter uma casinha
E um amor seu
Eu quero ser pardalzinho
Pra correr pelas estradas
E conhecer o mundo
As estrelas e Deus
Ela é um bem-te-vi pequeno
Que está pronto para voar.
Ele é apenas um sabiá.
Somos todos passarinhos
Nesse mundo que Deus dá
Somos todos passarinhos
Querendo apenas achar
Um bom lugar
Onde possamos cantar
Ao aconchego de um lar
Voa meu passarinho
Mas vem aqui
O meu coração é grande
E serve de ninho
Pra você descansar
Voa aqui
Te conto uma história
Que todo o mal espanta
Voa aqui
Te dou café e janta
Voa aqui meu passarinho
Fica pelo menos uma noite
E canta bem bonito
Que é pra eu chorar.
Eu sigo onde o meu coração manda.
Aonde ele desmanda eu não sigo não.

A moça que mora comigo

A poesia
Mora na minha casa.
Come da minha comida
Dorme na minha cama
Até acorda
No meio da noite
E chora
Com as minhas lágrimas.
Pega o meu sorriso
As vezes
Quando quer sorrir.
O que eu uso dela?
Só as palavras.
Ela não vai embora
Até hoje não foi.
Eu e essa moça
Somos um caso eterno
De amor.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Poema da canção que vem no tempo

(A minha amiga Nana e para todos do mundo que ainda cantarão)

Esse canto contido
Representa a dor
De um passarinho
Que teve o coração
Atingido.
Mas como diz o Paulinho
O amor reprimido
Não entoa samba
Então vamos cantar
Vamos cantar
Pra espantar a solidão
Vamos cantar
Pra toda a dor curar
Vamos cantar
Porque cantar é bom
E cantar é o dom
Que todos os dias
Quando a gente acorda
Deus nos dá.
Então canta passarinho
Então canta passarinho

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A felicidade
Ela é tão simples
Que as vezes está ali
Como um gato
De olhos grandes
E amarelos
Em cima do sofá.
Nos encara
Calma e silenciosa.
Nós não a vemos
Ocupados em olhar
A janela da rua.
Entre idas e vindas
Em buzus lotados
De corações
Eu e outros artistas
continuamos a levar
Um trabalho
De poesia
Cheio de amor
Paz e alegria
As pessoas
Que transitam
No universo
Dos olhos de Deus.


Eu dei a poesia para a minha alma vestir.
Se ela vestiu?
Eu fiz do meu corpo poesia.
Eu fiz da minha alma poesia.
Nasci para as palavras
E as palavras nasceram para mim.
Sou poeta
E carrego todo o mundo
No meu pequeno coração
De menino crescido.
Quem quiser vir
Que venha
Entoarei o meu canto
Para cada alma que passar.
Sou assim
Posso deixar de tudo
Mas não deixo de sorrir
E de cantar.
Não estraguem as crianças.
Elas são pequenas como Deus
Nos nossos corações.
Mas grandes como o céu
E puras e bonitas.
Maiores que os adultos.
Quando a criança fala
Deve ser respeitada.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Alexandre:

Alexandre significa "protetor do homem", ou mesmo "defensor da humanidade".

O nome Alexandre deriva do verbo grego aléxo, que significa "repelir", "defender" ou "proteger", unido ao vocábulo andrós, que significa "homem".

Cansei de esperar...


Abri a porta
Sorri pro mundo
Vou ser feliz
Em algum lugar.
Dias de acordar vestido
Dias de acordar nu.
Os dias no mundo são assim
Mas todos os dias
Logo quando acordo
Eu escovo os meus dentes
E me visto de poesia.
Capoeira de angola
Que veio da terra
E que vai pro mar 
Me ensina a jogar
Me ensina a jogar.



Ele não disse adeus.

Não sabe usar isso.
No seu dicionário
Não existem palavras
Como essa.
Nessa, n´outra vida
N´outro mundo
N´outro universo
Enfim, um dia
Sempre
Nos reencontramos
E de uma forma
Até melhor.


A Trindade

É um pedaço do céu
Que caiu na Terra.
Se um dia eu casar
Quero que seja lá
Em um mês florido
De setembro.
Convidarei todos
E os anjos de Deus
Com suas roupas
De Quintana
Tocarão na festa.

A mentira...

É uma verdade que ainda não aprendeu a se vestir.
Vamos dar uma roupa decente a ela.

O moleque

Alto, desajeitado
Abriu a porta para partir
Olhou, cheirou os lados
Um e o outro também.
Examinou com cuidado.
Ele quer dar passos
A sua alma anseia
Por liberdade.
Ele quer ser livre
E ainda nem sabe direito
Disso.
Nem sabe como
Mas quer voar.
Já nasceu despido
E cheirando a céu.

Essa mania
De ficar cantando
Em telhado alheio
Já me custou
Alguns arranhões.
Bem, se a sina
De um passarinho
É cantar encantar
Ter de voar
E voar e cantar
Estou aprendendo
A aceitar.
Mas sabe Deus
um dia
Meio sem querer
Uma passarinha
Pode estar
Em algum telhado
Desse mundo grande
Cheio de casas
Eu pouso
Canto
Ela canta também
Nos encantamos
E resolvemos
Fazer uma música
Sobre a vida.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Essas garras que só ferem.
Não querem ferir
Só querem amar.
Mas sou desajeitado
Não levo jeito com as palavras
Nem com o coração
Não sei muito desse mundo
Não sou nem muito esperto
Muito bom, muito bonito...
Sou meio grosseiro e até fraco
Caí aqui solto
Sem muita firmeza
De palavras pessoas
Caí em um lugar
E fiquei
Tentando me levantar
(Até hoje eu tento)
Essas garras
Que sentiram o chão
Que olharam o céu
Que respiraram a solidão
No momento em que eu nasci
Não querem ferir
Só querem amar.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

E assim a gente vai
Seguindo na onda da vida
Chorando sorrindo sonhando
Mas não deixando de navegar.
A alma do mundo é de água
As vezes doce outras salgada
E já diria o poeta:
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar.
A jangada trafega
Ao lombo do vento.
O segredo não está
Nas estrelas
A grandeza se esconde
No fundo do mar.
Mergulhe-se.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

O povo é como uma criança maleducada chorando só pra pedir atenção
Se quebram alguma janela, a culpa é dos pais repressores
Que não dão atenção ao filho.

domingo, 6 de outubro de 2013

Eu sou filho da água
E cheio de terra.
Cheiro a dia
Depois da chuva.
O meu coração
É um canteiro molhado
Onde plantando
Tudo nasce.
Estamos falando do azul agora.
O azul do céu, o azul do mar...
O azul das águas e a cor
Que sangra do seio de Yemanjá.

sábado, 5 de outubro de 2013

Eu sou passarinho.
Gosto desse negócio
De voar. 
Sou leve como o vento 
Alto como o céu
Boto as mãos 
Nas nuvens
E desenho o que eu quero 
Mesmo sem estar
No ar. 
Canto canto canto
Lá de cima.
Nessas horas
Posso ser chuva
Que cai no chão
Onde completo
O meu germinar.

1 haikai e meio(na tentativa de fazer um haikai)

De tanto contemplar a lua arrancou os meus olhos do chão. Eles viraram duas estrelinhas miúdas, um par de postes pequenos que deram vida a escuridão.
Numa dessas tardes
Em doce contemplação
O vento atravessou o dia.
Fez voar as folhas
Balançou os troncos
Eriçou os cabelos
Das mais moças
e dos mais velhos homens.
Fez existir o presente
No balanço da bananeira.
Ele me disse: passarinho,
Deste ponto voa lá
Que encontra o seu lugar.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Quem quiser me ver
Vá na roda de capoeira
Que é dia de sexta-feira
Que é dia de sexta-feira
Não tem erro não.
Vou botar a mão no chão
Pra sagrar a terra
Vou dar volta a vida
E sangrar ao mundo
Celebrando o canto
Junto com meus irmãos.
Tem vezes que dói:
A solidão é um tijolo azul
No deserto do castelo
Que estamos construindo.
Faz parte do caminho
(Nos leva a montanha)
Como todas as pedras
Que nós pisamos.
Aguenta calado e sobe.
Toda dor é subproduto
De uma geração.
Eu levei mais ou menos de um a um mês e meio lendo A Função do Orgasmo. Fui devagar,com calma: devagarinho. As vezes a minha cabeça doía com as informações científicas e eu tinha de parar durante algum tempo com a intenção de respirar e digerir o que já havia lido até ali. Mas a cada parte do livro vencida eu ia me sentindo contente em conhecer um pouco mais a pesquisa do autor. Uma alma profunda, o Reich. Admirável, digamos. Mas o cerne de tudo, o qual eu não vou contar, claro, é percorrer todo o processo para chegar ao último sub-capítulo e principalmente ao último paragráfo do livro. Dois presentes ao meu coração. Aliás, um merecimento a qualquer um que acreditar e quiser chegar ao fim dessa obra sublime que tanto acrescenta ao ser humano que se permita a desvendar um pouco mais dos mistérios do si interior em passos direcionados ao Universo.



Não dá pra ficar pensando...

Quantas gotinhas miúdas de água misturadas ao sal tem o mar da Barra quando todas elas estão dançando nos seus olhos.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Estou construindo um templo. Tijolo por tijolo. Bem devagar. Busco formas, jeitos. As vezes sou acometido por tempestades. Mas a única coisa que eu não paro é de colocar uma pedra em cima da outra. Vem dias de chuva e em outros o sol me visita trazendo alguns passarinhos que cantam nos meus ombros. Cantam tão bonito que me trazem um pouco de fé. A solidão também me visita e eu tenho muito medo dela. Outono, verão, inverno e primavera. Eu não sei se a ordem está certa, eu só sei que continuo fazendo a forma de algo e ouço uma voz dos céus dizendo: não pare que está ficando bonito.

Poema do dia presente

É preciso ficar no lugar
E fincar a raiz no chão.
Pisar na terra,
Plantar a semente
Para só depois voar.
É precisar estar na terra
E não se apressar.
É preciso criar o filho
É preciso cuidar das asas
É preciso saber voar
Para não se molhar.
É preciso de ser inteiro
Porque quem é meio
Não sai todo do piso
E em piso quebrado
Não dá pra pisar.
É preciso ser paraíso
Para receber o anjo
Dos mais bonitos
Que Deus vai mandar.
Cuida da sua plantação
Planta, rega, colhe.
Não corre, meu filho.
Esteja firme nas metas
Os objetivos estão aqui
Não tenha pressa.
Todo passarinho
Precisa de espaço
Para poder levantar vôo.
Sente aqui.
Disse. Eu.
Ela olhou
De cima a baixo
Sem entender a metade
Mas obedeceu.
De repente
Não menos que de repente
Um beijo leve.
Um toque.
Repentino
E sem febre. 
Ele a beijou.
Ela o sentiu.
Depois do toque
Tão terno
Olharam-se
Agora transformados.
Transtornados
Mas vivos.
Pronto, pode voar
Passarinha
Mas me guarda
Para sempre
No seu ninho.
O meu coração
É a terra do zé ninguém.
Não é um deserto.
Nenhum coração é
Por mais que pareça cru.
O meu coração
É uma selva densa
Cheia de árvores
Altas e profundas
Que fazem fronteira
com lugar nenhum.
Tem um poço d´água
E Em cima de uma árvore
A maior de todas
Mora uma onça da cara pintada.
Ela Fica de butuca
Deitada em um tronco
Esperando algum perdido passar.
Já engoliu vários desavisados!
Coitados.
Mas haverá um corajoso
Que queira adentrar
Nessa mata... 
Aliás, 
Haverá é coragem o bastante
Para domar o bicho
Sem precisar matá-lo? 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Essa alma inquieta
Que Deus me deu
Só pensa em voar.
Mas
O que é o vento
Senão um corpo
Igual ao meu?
Um copo de ar
Por favor.
Qualquer dia
Quando eu levantar
Vou olhar para o céu
E já estarei lá.