Toda chuva é uma benção
Que vem para molhar
As janelas da nossa alma.

Toda a dor...

Um dia
Se transformará
Em Pó de Poesia 

Sente menos quem fala mais.

Toda dor...

Gera uma energia
Pra gente caminhar
Mais um pouquinho
No asfalto da vida
Toda dor gera força
Pra gente quebrar
Mais um pouquinho
As pedras da estrada.
Toda dor gera canto
Que é pra gente
Poder conversar
Com os passarinhos
Dessa nossa revoada.

É necessário
(re)inventar um sol
Todos os dias
Dentro de nós.

Quem tá na chuva
É pra tirar a alma
Do lugar.

Quando o céu chora
É Deus pedindo hora
Ao tempo cantador.

Quando a chuva cai
Com os pingos riscando
O corpo do ar
É como se Todo o Céu
Cantasse para a Terra
Para a terra se animar.

O pife é um bicho
Nas minhas mãos.
Quando não canta
Quando não brinca
Com as pontas
Dos meus dedos
E da minha alma
Faz falta
De estar vivo.

Ontem choveu.
Fiquei molhado
Até o fundo
Da alma
Das lágrimas
De Deus.

Só quem mergulha
No Fundo do Mar
Encontra o tesouro.

Todo coração deve ser um poço de luz no deserto.

O poema tem movimento.

Em um mundo de consumos tão sem sentido eu admiro quem consome a si mesmo.

Nos jogos políticos das eleições eu vou votar em que não se envolver em jogos políticos.

No meu coração
Um passarinho
Um dia pousou
Fez de mim
Um ninho e voou.

A chuva é sabedoria
Vinda lá do alto
Que faz nascer flor
Até no meio do asfalto.