Carlos, quando a última folha foi arrancada
O homem se declarou o grande vencedor.
Mas vencedor contra quem, meu amigo?
Contra a natureza ou contra seus irmãos?
Ah Carlos querido, ela calou então, e ele também
Pois não houveram estatutos nem leis que alcançaram
A tudo aquilo que existia. Não há agora
Nem um punhado de terra boa onde se plantar
Ou um lar onde nasça uma florzinha
Nenhum inseto e nenhum passarinho cantador
Nem um pequeno fio de grama transeunte.
Aliás, não há nem ar para ser respirado
E o teto está escuro como uma eterna noite.
Os rios não mais choram a dor de secar
Pois não existem águas com as quais chorar.
Todas as curas e soluções estavam ali
Só nós que não olhamos sob os próprios pés
Apenas pisamos, devastamos e cortamos
Arrancando de nosso coração todo o verde.
Por essas vias refletirão os que por sorte vivem.
A mãe, severa vem observar o filho lamentar
Querendo engolir o dinheiro que sobrou
Mas essa grama não alimenta e não cura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O mundo é nosso e vamos que vamos.